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Cruzeiro do Sul
sábado, 2 de junho de 2012
ESPECIALIDADE DE ANFIBIOS
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Especialidade de Anfíbios
FONTE: Site DESBRAVACLUBE
Introdução
A palavra anfíbio (latim científico: Amphibia), significa “duplo tipo de vida”. Foi, portanto, o termo escolhido pelos cientistas para se referir à classe de animais que passam parte da vida na água e parte em terra. Estão identificadas cerca de seis mil espécies vivas de anfíbios cadastradas no Amphibian Species of the World.
Características
Têm a pele úmida, sem escamas. A cobra-cega é uma exceção, pois algumas espécies têm pequenas escamas sobre a pele.
Possuem dois pares de patas. A cobra-cega, porém, não tem patas.
São ovíparos, em sua maioria; a fecundação é geralmente externa e seus ovos não possuem casca.
Sofrem metamorfose, isto é, mudam de forma ao longo de sua vida.
Na fase da larva , respiram por brânquias; quando se tornam adultos, respiram por meio de pulmões e através da pele.
Absorvem toda a água de que precisam através da pele; algumas espécies de sapos absorvem tanta água, que chegam a produzir em um dia uma quantidade de urina correspondente a um terço do seu próprio peso.
Anuros, urodelos e ápodes
o Anuros (=sem cauda) – são os sapos, as rãs e as pererecas. Os anuros vivem em lugares úmidos e na água. Não têm cauda e seu corpo divide-se em cabeça, tronco e membros. Os membros posteriores são maiores que os anteriores e estão adaptados ao salto.
Sapo Rã Perereca
Os sapos têm pernas mais curtas que as rãs e geralmente não possuem dentes. As rãs têm o corpo mais esguio que o do sapo, pernas longas adaptadas ao salto e possuem dentes. As pererecas possuem ventosas nas pontas dos dedos, o que permite a elas se aderirem a subir em árvores.
o Urodelos (=caudados) – a este grupo pertencem as salamandras e os tritões. Vivem na terra, procurando água na época de reprodução. O corpo apresenta cabeça, pescoço, tronco, cauda comprida e quatro membros do mesmo tamanho.
Salamandra Tritão
o Ápodes (=sem pernas) – são as cobras-cegas. Não tem patas e seu corpo é comprido e cilíndrico, terminado por uma cauda curta. Algumas espécies têm escamas. As cobras-cegas vivem enterradas no solo outras são aquáticas. Apresentam mandíbulas.
Cobra-cega
A reprodução nos anfíbios
Os machos possuem testículos, que produzem espermatozóides; as fêmeas têm ovários, que produzem óvulos.
No sapo a fecundação é externa: a fêmea elimina os óvulos e o macho lança o esperma sobre eles, fecundado-os. Abandonados na água, os ovos ficam sujeitos a toda sorte de perigos. Não tendo casca são facilmente devorados por animais diversos, como insetos e vermes. Os que escapam ainda estão sujeitos, na época da eclosão, às ameaças dos peixes, de certas larvas, etc. Como se vê, a mortalidade é muito elevada. Mas como a fêmea costuma por milhares de óvulos de cada vez, ainda sobram muitos ovos que irão formar os embriões. Há também várias espécies de anfíbios que apresentam diferentes formas de proteção tanto aos ovos quanto aos girinos.
Ciclo de vida de um sapo
Ciclo de vida:
Dos ovos fecundados saem larvas após cerca de uma semana, que parecem uns peixinhos. Essas larvas são os girinos, que têm cabeça larga, cauda comprida e respiram através de brânquias. os girinos desenvolvem inicialmente as patas posteriores e depois, de algum tempo, as anteriores. A cauda vai desaparecendo. Quando adultos, procuram a terra firme. o tempo total para o desenvolvimento varia de acordo com a espécie, desde alguns dias até dois meses.
A salamandra apresenta fecundação interna: o macho elimina os espermatozóides; a fêmea recolhe-os com a cloaca, permitindo a fecundação dos óvulos que se encontram dentro de seu corpo.
A fecundação na maioria das espécies de cobra-cega também é interna. Durante a cópula, o macho introduz os espermatozóides no corpo da fêmea, dentro do qual os óvulos são fecundados.
Ciclo de vida de uma salamandra
Podem-se distinguir os ovos das rãs, sapos e salamandras. Todos passam pela faze larval antes de atingir a fase adulta. As salamandras têm pequenas brânquias no exterior da cabeça. As brânquias das rãs estão localizadas em seu interior. A cauda e o corpo da salamandra são mais longos e muito mais finos que os da rã e do sapo. A salamandra adulta não perde sua cauda. Os girinos da rã e dos sapos não possuem patas. A rã adulta é menor que o sapo e tem pele lisa, enquanto que a pele do sapo é rugosa.
Durante o inverno os anfíbios ficam escondidos, por terem o sangue frio. Hibernam quando desce a temperatura. No verão ou já na primavera, ao esquentar o tempo, eles saem dos esconderijos e reúnem-se para a festa das núpcias. Os sapos dormem de dia e saem à noite para se alimentar.
Os sapos e as rãs, depois da hibernação, formam uma orquestra ou coral na primavera. Só os machos cantam ou coaxam, as fêmeas escutam porque a festa e para elas. Quando eles coaxam, a bolsa de ressonância infra; conforme a espécie, as vezes fica debaixo do queixo e as vezes fica perto da boca.
Perereca Rã
Os sapos coaxam: du...du...du...du..., a perereca: roque.. roque...roque..., A rã touro ao coaxar emite um som, profundo e gultural: foi...foi..., as rãs das árvores é como um criquilar dos grilos.
Armas de defesa e ataque
O salto não serve apenas para locomoção. É também um meio eficaz para fugir dos seus predadores, como alguns pássaros e répteis. A capacidade que alguns têm de se camuflarem também os protege contra o ataque de predadores, além de favorecer a captura de presas, permitindo a sua aproximação sem serem percebidos: algumas rãs têm praticamente a mesma cor das folhas em que se abrigam; outras têm o corpo coberto de manchas cinza e marrom, tornando-se quase invisíveis no meio de folhas secas que cobrem o chão.
Uma outra eficiente defesa contra predadores, observada nos sapos, está na presença de duas glândulas especiais, que fabricam veneno, chamadas glândulas paratóides. Essas glândulas, situadas junto à cabeça, liberam um veneno ao serem comprimidas, promovendo a defesa do animal ao ser atacado por algum predador.
Glândula de veneno Camuflagem
Anfíbios ameaçados
Nas últimas décadas tem sido observada uma diminuição ou o desaparecimento de algumas populações de anfíbios, tanto anuros como salamandras, em vários locais do mundo. Ainda não se sabe ao certo o motivo desse fenômeno, embora existam muitas suposições. Para os anfíbios, animais extremamente sensíveis às mudanças ambientais, qualquer pequena modificação, tanto de ocorrência natural como pela ação do homem, pode ser crucial para a sua sobrevivência. Assim, a devastação de florestas, a introdução de áreas para pastagem de gado, a agro-indústria, o garimpo e outras atividades humanas podem estar contribuindo diretamente para a sua diminuição. Ainda, a poluição do ar e das águas por agentes químicos e a redução da camada de ozônio com o conseqüente aumento da intensidade dos raios ultravioleta do sol podem ter uma influência muito negativa sobre esses animais.
Sapos e rãs são comedores de insetos. O sapo americano da espécie Bufus americanus, por exemplo, chega a encher e esvaziar seu estômago de insetos devorados cerca de quatro vezes por dia. Alguns sapos conseguem comer até 50 mosquitos por minuto. No estômago de sapos, já se constatou que mais da metade dos insetos capturados eram daninhos à agricultura.
Bufus americanus
Os anfíbios, entretanto, não são úteis aos interesses humanos apenas por devorarem insetos que prejudicam as lavouras. A carne das rãs, por exemplo, é bastante apreciada por muita gente. Na França, um dos países que mais consome carne de rãs, estima-se que a cada ano são comidos de 60 a 80 milhões desses animais.
Algumas substâncias vêm sendo isoladas da pele dos anfíbios. Por suas propriedades antibacterianas e fungicidas, essas substâncias eventualmente poderão ser úteis na indústria farmacêutica.
Referência
BARROS, Carlos & PAULINO, Wilson Roberto. Os Seres Vivos. 60ª. ed., São Paulo: Ática, 1999.
LOPES, Sônia. Bio II. 1ª. ed., São Paulo: Saraiva, 2006.
Web site:http://vidanativaitapuranga.blogspot.com/; http://www.butantan.gov.br/; http://pt.wikipedia.org/.
José Luiz Xavier Filho
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